Resumo Biográfico

RITA AMADA DE JESUS

Fundadora da Fraternidade e do Instituto Jesus Maria José

Rita Amada de Jesus nasce a 5 de março de 1848, no local de Casalmendinho, pequeno povoado da Freguesia e Paróquia de Ribafeita, Diocese de Viseu – Portugal. Seus pais eram Manoel Lopes e Josefa de Almeida, de Ribafeita; os avós paternos José Lopes e Anna Francisca, de Pindelo dos Milagres; e os avós maternos João Almeida e Maria Martinha, de Ribafeita. É batizada com o nome de Rita Lopes de Almeida, no dia 13 de março do mesmo ano, pelas mãos do Padre José de Oliveira Bernardo, e tem como padrinhos Manoel de Almeida Santos, de Ribafeita, e Rita Maria, de Maçâmedes. Ela é a quarta de seis irmãos.

Ela cresce em um ambiente familiar muito piedoso, onde à noite se rezava e se faz leitura espiritual, sobretudo da vida dos santos, os quais deseja ardentemente imitar. Desde criança manifesta uma especial devoção por Jesus Eucarístico, pela Virgem Maria, Nossa Senhora, e por São José, tendo ela mesma ingressado ainda bem jovem na Confraria do Santíssimo Sacramento e no Apostolado da Oração. Torna-se incansável em visitar as casas de seus coetâneos para lhes levar a Palavra de Deus e Sua Mensagem de Conversão.

Em Portugal, na década de trinta do século XIX, o Estado se apodera dos bens eclesiásticos, manda encerrar todas as casas religiosas masculinas, e nas femininas proibia a admissão de qualquer noviça. Tais medidas afetam a vitalidade do cristianismo e a evangelização das populações, às quais é negada adequada educação religiosa. Além disso, muitos bispos, e até sacerdotes, descuram de seus deveres, pelas constantes lutas políticas em que se viam envolvidos. O Papa em Roma, por essas alturas, vive atribulações, a ponto de se ver exilado, e depois espoliado dos Estados Pontifícios.

Todos no lar desta jovem, a começar pelos pais, experimentam uma autêntica vivência cristã e um profundo desejo de comunicá-la aos outros da comunidade. Deus fez nascer em Rita Lopes de Almeida uma vocação missionária destinada a arrancar os jovens da indiferença religiosa, do relativismo moral, da pobreza material, e a exercer um forte apostolado em prol das famílias. Ela anda de aldeia em aldeia a evangelizar, a ensinar a oração do terço, e a espalhar a vontade sincera de imitar a Nossa Senhora. Ela também se revela logo uma exímia e dedicada catequista de crianças e jovens.

Em sua lide apostólica encontra pessoas de vida menos exemplar, especialmente jovens e mulheres, e fazia tudo quanto estava ao seu alcance para que Nosso Senhor as arrancasse do mal e as trouxesse de volta para o bem. Não tardam as ameaças de morte, sofre inclusive uma tentativa frustrada de homicídio. Testemunha que o seu caminho é a prática do bem e o combate do mal, por meio da oração e do zelo pela conversão dos pecadores e das famílias desagregadas. Avança na vida sempre determinada a fazer a Vontade de Deus e a amar o próximo, principalmente os mais pobres e oprimidos.

À oração constante associa o jejum e a penitência. Nas inúmeras idas até Viseu para receber os sacramentos (18 kms a pé), contata as Irmãs Beneditinas do Convento de Jesus e consegue delas alguns “instrumentos de mortificação”. Desde bem cedo dá conta, juntamente com seu confessor, que Jesus a chama a uma vida de especial consagração, para o Seu santo serviço. Enquanto isso ela prossegue na vida secular-laical, inserida no “mundo”, entregue ao seu árduo apostolado e às mortificações, sempre plena de esperança de que um dia há de alcançar a graça da consagração total a Deus. Por isso, rejeita peremptoriamente diversos pretendentes ao matrimônio, alguns deles ricos, porque no seu íntimo já estava há muito “consagrada” ao seu Deus.

Celebra regularmente a comunhão reparadora; cresce no fervor eucarístico, na devoção ao Sagrado Coração de Jesus e no forte desejo de salvar almas, torna-se uma jovem leiga missionária e apóstola entre o seu povo, especialmente os pobres, os abandonados, e os que estão afastados de Deus. Seus caridosos pais comungam no apostolado de Rita, a ponto de albergar em sua própria casa mulheres desejosas de conversão, dispostas a mudar de atitudes e de comportamentos morais que tinham contribuído para a destruição de suas próprias famílias.

Com cerca de 20 anos de idade, segura de que tem que consagrar-se a Deus na Vida Religiosa, confidencia muito tal desejo à sua mãe, que está de acordo. Já o seu pai, embora muito piedoso, por sentir por aquela filha uma especial predileção, opõe-se a tal desiderato. A jovem Rita Lopes de Almeida sabe que importa obedecer mais a Deus que aos homens, e por isso jamais esmorece em sua vocação. Aos 29 anos, ingressa em um convento de religiosas; uma congregação que em Portugal, por ser estrangeira e por se dedicar apenas à assistência social, pode receber candidatas. Ao confrontar o carisma daquelas Irmãs com o que o Espírito Santo lhe ia plasmando na alma; dá-se conta de que o gênero de vida e de apostolado daquelas religiosas não se coaduna com aquele para o qual ela se sentia inclinada.

O Diretor Espiritual, com quem se abre inteiramente, verifica ser outra a Vontade de Deus para aquela jovem que aspira recolher e educar meninas pobres e abandonadas. De comum acordo com este sacerdote ela deixa aquelas religiosas de origem francesa, e procura outros meios para melhor se preparar para o futuro e urgente desempenho da especial missão que brota em seu jovem e decidido coração, iluminado pelo Espírito de Deus. Transfere-se para um Colégio onde aprende como lidar com as exigências estatais e religiosas de uma obra educativa. Humanamente rica de predicados e virtudes, e profundamente piedosa, levada pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus a seu respeito, decide finalmente concretizar o seu projeto de vida, após devidamente autorizada pelo seu confessor.

Rita Lopes de Almeida, aos 32 anos de idade, repleta de vigor físico e espiritual, consegue vencer as dificuldades de natureza política, religiosa, familiar, material e outras e, a 24 de setembro de 1880, na paróquia de Ribafeita, localidade de Gumiei, inicia um Colégio. Junto com essa obra educativa funda, gradativa e simultaneamente, o Instituto Jesus Maria José, cujas religiosas são orientadas a viver sua consagração à imagem da Sagrada Família em Nazaré. Em breve espaço de tempo sua obra apostólica se estende a outras Paróquias e Dioceses em Portugal (Dioceses de Viseu, Lamego, Porto e Guarda). Tudo isso sob a liderança lúcida e eficaz daquela que nesse momento toma o nome religioso de Rita Amada de Jesus.

A Fundadora, após estabelecer a sede da sua obra e o centro de formação das candidatas em Louriçal do Campo, (Guarda – Portugal) conhece um santo jesuíta, o Padre José Joaquim Udalrico da Lapa Rodriguez. Admira o seu estilo de pregar o Evangelho, bom como tudo em sua pessoa modesta, simples e sábia. O sacerdote passa a ser seu confessor e diretor espiritual. Auxilia-a na organização da obra que fundara 13 anos antes e que se desenvolve rapidamente. O seu novo diretor espiritual imprime um ritmo de segurança não só em Rita Amada de Jesus, mas em todas as suas companheiras da primeira hora. O prudente sacerdote solicita-lhe descrever toda a sua vida, a partir da infância, para expressar os fatos e as moções espirituais da sua trajetória. Assim nasce em 1894 a sua Autobiografia, importante legado para a sua família espiritual. Sobre ele dirá mais tarde: “foi um anjo enviado por Deus para me ajudar a levar até o fim a obra começada em Gumiei”.

Os políticos locais, impregnados de anticlericalismo, inimigos da fé cristã, procuram por todos os meios obrigar Rita Amada de Jesus a encerrar a sua obra educativa e evangelizadora. Não lhe faltaram também dificuldades econômicas, além de grave problema interno com uma das suas religiosas. Apesar de tudo, a sua obra cresce e produz inúmeros frutos. Porém, em Portugal no ano de 1910, com a implantação da República, desencadeia-se uma perseguição feroz contra a Igreja. O Estado abole as Ordens Religiosas, dispersa os religiosos e apodera-se dos seus patrimônios. As autoridades tomam os bens que o Instituto Jesus Maria José possui e expulsam as Irmãs de suas casas religiosas, que neste momento contavam em número de sete entre Colégios, Asilos e Orfanatos.

Rita Amada de Jesus se refugia na terra natal. Daí mesmo consegue localizar e reunir algumas Irmãs dispersas e, ao reagrupá-las aos poucos em uma humilde casa, consegue salvar a obra que lhe é tão querida. Assim, em pequenos grupos, envia essas Irmãs para o Brasil, a fim de que lá pudessem preservar o Carisma que o Espírito Santo legara à Sua Igreja e ao mundo, através da Fundadora. Ela entrega a sua alma a Deus em Casalmendinho, Paróquia de Ribafeita, seu torrão natal, no dia 6 de janeiro de 1913. Confortada pelos últimos sacramentos, morre em total odor de santidade. Essa alma de escol, tendo cumprido integralmente nessa vida a Santa Vontade de Deus, segue para a eternidade, para o definitivo encontro com o seu Amado Jesus.

O seu funeral no cemitério paroquial, presidido pelo Vigário Geral da Diocese, foi um elogio fúnebre em ação de graças pelo dom desta extraordinária e carismática mulher, cristã, religiosa e fundadora. Os seus restos mortais foram transferidos muitos anos depois para o cemitério de Viseu e, finalmente em 2007, para o Centro Jesus Maria José na mesma cidade. Lá encontram-se em uma belíssima e artística urna relicário de bronze, obra do artista de Bergamo – Itália, Alessandro Verdi, a espera de ser trasladada para o definitivo jazigo na Capela Mortuária, que está a ser erigida no Santuário Diocesano da Bem-Aventurada Rita Amada de Jesus (Diocese de Viseu – Portugal).

O Instituto Jesus Maria José, cresce no Brasil, de onde retorna mais tarde para o Portugal que a vira nascer. De lá segue a se desenvolver para a África, e depois para as Américas. Seu Carisma, espraiado por três continentes, segue a tocar o coração de muitas religiosas. Também leigos, leigas e sacerdotes, sentem-se chamados a viver o mesmo Carisma e, com essa finalidade, funda-se em Luanda – Angola, a 10 de dezembro de 1992, a Fraternidade Jesus Maria José, associação de fiéis, leigos e clérigos. As duas instituições nascem do coração e do Carisma legado por Rita Amada de Jesus, com a finalidade de Imitar a Sagrada Família em Nazaré e Anunciar o Evangelho da Conversão.

Após longo e acurado processo, a Santa Sé reconhece a santidade de Rita Amada de Jesus. O Santo Padre, o Papa Bento XVI, no dia 28 de maio de 2006, proclama-a oficialmente Bem-Aventurada. O ato dá-se durante Solene Celebração Eucarística, que ocorre na Sé Catedral de Viseu – Portugal, presidida pelo Prefeito da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, Sua Eminência o Cardeal José Saraiva Martins, CMF. A partir de então, aquela jovem, de origem tão simples e humilde, passa a ser venerada nos altares, como modelo de exemplar vida cristã – Apóstola da Eucaristia, do Rosário e da Família.

Bem-Aventurada Rita Amada de Jesus, rogai por nós !

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